domingo, 7 de agosto de 2011

Gente ... leiam esse texto do Eugenio Santana ... fantástico!
 ... Eugenio, Parabéns! Você é Fantástico!!! ... (*) sem plim ... plim
... mas, com muito carinho e verdade ... amei!

NO RIO DO TEMPO TUDO FLUI; NADA PERMANECE

Tristeza é parte da vida. Ela é a reação natural da alma diante da perda de algo que se ama. O mundo luminoso e claro – mas há algo, uma perda, que faz tudo ficar triste. O crepúsculo é uma metáfora do que é a vida: a beleza efêmera das cores que vão merg...ulhando no escuro da noite. A alma é um cenário. Por vezes, ela é como uma manhã iluminada e cheia de frescor, inundada de alegria. Por vezes ela é como um pôr de sol, triste e nostálgico. A vida é assim. Mas, se é manhã brilhante o tempo todo, alguma coisa está errada. Tristeza é preciso. A tristeza torna as pessoas mais ternas. Se for crepúsculo o tempo todo, alguma coisa não está bem. Alegria é preciso. Alegria é a chama que dá vontade de viver. Eu acho que essa tristeza crepuscular é mais que uma perturbação psicológica. Acho que ela tem a ver com a sensibilidade perante a dimensão trágica da vida. A vida é trágica porque tudo o que a gente ama vai mergulhando no rio do tempo. “Tudo flui; nada permanece.” A vida é feita de perdas. Fiquei comovido ao folhear o álbum de fotografias de minha família. Aquele tempo passou. Aquela alegria mergulhou no rio do tempo. Não volta mais. Há, assim, um trágico que está ligado a “eventos trágicos”. Está ligado à realidade da própria vida. Tudo o que amamos, tudo o que é belo, passa. Mas precisamente desse sentimento que surge uma coisa maravilhosa, motivo de riqueza espiritual: a arte. Os artistas são feiticeiros que tentam paralisar o crepúsculo. Eternizar o efêmero. Todas as vezes que ouço aquela música ou leio aquele poema, o passado ressurge. A beleza da arte nasce da tristeza. Se não houvesse tristeza, não haveria arte. Diz Jobim: “Assim como o poeta só é grande se sofrer...” Certo. Sem tristeza não haveria Cecília, Adélia, Pessoa, Hilda Hilst, Chico Buarque, Drummond, Beethoven, Chopin, Debussy. A obra de arte ou é para exprimir ou para curar o sofrimento. Mas há um limite. É necessário que a tristeza seja temperada com alegria. Tristeza, só, é muito perigoso. As pessoas começam a desejar morrer. Essa é a razão por que os deprimidos querem dormir o tempo todo. O dormir é uma morte reversível. Quando a gente está com dor de cabeça, toma tylenol sem vergonha alguma. Quando a gente está com dor de alma, tristeza, algum remédio é preciso – para não querer morrer, para voltar a ter alegria. (*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker; self-mad man. Autor de Livros publicados; 18 prêmios literários em âmbito nacional. Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro. eugeniosantana9@uol.com.br Ver mais

Por: Eugenio Santana.





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